Posse de Bolsonaro é o novo Estado brasileiro. Hoje o capitão se torna de fato presidente do Brasil. A posse, solenidade que começa às 14h30, horário de Brasília, marca uma série de paradigmas rompidos. E uma verdadeira multidão é aguardada para participar do evento, um dos mais importantes da história recente da república.
Certamente, até 2022 há muito o que construir, mas é inevitável perceber como as expectativas estão altíssimas sobre a performance de Bolsonaro em praticamente todas as áreas da sociedade brasileira.
Bolsonaro é maior que Lula
Sem a defesa de ideologias ou heroísmos, é perceptível também a relevância que Bolsonaro representa para a nação. Em grandes aspectos, Bolsonaro é maior que Lula.
Isso porque não existe a percepção sobre o proletariado contra a burguesia, bandeira levantada pelo partido dos trabalhadores, enquanto abraçavam o establishment representado por Maluf na primeira posse de Lula.
A bandeira da inclusão social não foi perspectiva dominante. Isso porque outras necessidades urgentes pautaram a simetria das eleições 2018. Pautas estas que atingem todas as camadas da sociedade, tal como a segurança pública, ética na política e gestão pública, maior força de oportunidades de negócios e empregos.
A polarização foi o tempero para a disputa que se caracterizou pelo contraponto entre o novo e o velho, entre o tradicional e o inovador, entre o estereótipo da oligarquia política e os novos agentes da política liberal.
YouTubers, influencers e filósofos
A inclusão digital foi uma das grandes viradas sobre o comportamento do eleitor. E os visionários se tornaram representantes políticos para o legislativo brasileiro.
Obviamente, nem todos estão comprometidos com a agenda do presidente. Porém, essa é a beleza da democracia, parafraseando Ciro Gomes no debate televisionado após ser interpelado pelo antológico Cabo Daciolo.
YouTubers como Joice Hasselmann, Marcos do Val, Arthur do Val, Kim Kataguiri, entre outros influencers pelo Brasil, foram essenciais para o fortalecimento de um grupo político imenso que despontou fora das mídias tradicionais.
Outro fenômeno bastante interessante foi o incentivo de leituras filosóficas que alicerçavam os pontos de vistas diversos. A nova percepção das forças políticas de direita, ou seja, aquela que é alinhada com o liberalismo e abertura de mercado, acabaram formando novos leitores. E isso sim vale a pena ter destaque.
Olavo de Carvalho também potencializou o interesse e incentivo a novos leitores. Seja ele objeto de adoração ou ódio por sua parte, Olavo de Carvalho acabou sendo o Paulo Coelho do novo leitor interessado em política.
Bolsonaro não pode ser comparado a ninguém
Futuro este que pode ser de caráter emergencial e de planificação para um projeto de país. Bolsonaro tem a oportunidade de criar um legado maior que Lula (porque Lula criou um legado, aquele que virou referência para não acontecer de novo).
Certamente, a família Bolsonaro tem grandes oportunidades para trazer uma visão diferente sobre a mão social democrática que perpetuou desde o impeachment de Collor.
Vale lembrar que as condições são diferentes. Comparar Bolsonaro ao grande hipe realizado na posse de Collor é desmerecer todo o trajeto de construção de suas respectivas histórias. Certamente, Collor e Bolsonaro são pessoas bem diferentes.
Outro ponto a lembrar é que Bolsonaro não é Jânio Quadros. E essas comparações são bem definidas por críticos ao estado de poder que Bolsonaro representa. A bandeira contra a corrupção pode ser comum a eles, mas não pode ser comparada em isolamento contextual.
O clã Bolsonaro age como clã
Jair Bolsonaro é um presidente que se cerca pelos laços familiares. Tanto é verdade que há também outros protagonistas eleitos que adotaram o sobrenome do presidente como identidade de pertencimento ao um determinado grupo.
O clã recebendo a notícia de Bolsonaro eleito presidente nas eleições 2018
O Clã Bolsonaro é um grupo que tem suas vantagens e desvantagens. Obviamente, dá grande força política sobre o presidente, uma vez que outros também são protagonistas no legislativo.
A ex-mulher de Bolsonaro, mesmo não tendo mais o nome, acabou adotando o sobrenome do presidente para tentar uma cadeira no legislativo paulista. O seu antigo motorista também fez o mesmo e também conseguiu cadeira no legislativo do Rio de Janeiro.
Entrevista realizada por Diego Rox, influencer do YouTuber com a ex-mulher de Bolsonaro, uma das envolvidas no escândalo evidenciado pela Folha de São Paulo nas eleições 2018.
O escândalo da Alerj
No entanto, também há desvantagens como o escândalo da Alerj que está incomodando o filho mais velho do presidente. Com a novela do assessor de comportamento obscuro, Flávio Bolsonaro se torna alvo dos opositores, pois é cobrado dos valores que defendeu para ser eleito ao Senado Federal.
Esse fato insolado ao Rio de Janeiro se torna um problema dentro do Palácio do Planalto. Isso porque atinge as entranhas do clã. Bolsonaro, portanto, precisa também se preocupar com os comportamentos pouco valorosos que pautou a política brasileira nos últimos anos.
Vale lembrar que os fins não justificam os meios. Portanto, falar que o clã Bolsonaro praticou política praticada por outros é apenas dizer que eles são iguais aos outros materializados em alvos em suas respectivas campanhas eleitorais nas eleições 2018.
Desafios ainda a superar a partir de hoje
Bolsonaro deverá enfrentar bastante resistência ainda. Isso porque ele representa novas formas de tratar aquilo que existe por décadas. No caso do relacionamento entre as instituições que sustentam a democracia brasileira há já pontos a serem definidos.
O relacionamento com o STF pode melhorar. Claro que há ainda bastantes arestas e pontas soltas entre os poderes, mas essas dificuldades serão diminuídas à medida que os pontos focados deixem de serem pautadas pelos interesses pessoais.
Bolsonaro já sinalizou ter preocupação com a ética em seu governo ao colocar o juiz da Lava Jato no super ministério da justiça e segurança pública. Agora é tocar esse barco no rio caudaloso da justiça, principalmente no viés político.
Existe um ponto bastante curioso que acabou se destacando nos últimos anos, principalmente pelos interesses obscuros que estimulavam essa ferramente política, ou seja, o indulto do presidente. Bolsonaro já disse que ele não dará indulto a ninguém enquanto presidente.
Outro ponto a ser combatido a partir de agora é a segurança pública e os estados financeiramente quebrados. Rio de Janeiro, Rondônia, Minas Gerais, entre outros, precisam ser recuperados para prosperar e levar o Brasil ao cenário positivo.
Reformas importantes como a previdência, reforma fiscal e a reforma política também são bastante evidentes e estratégicas para causar impacto dentro da sociedade brasileira. Resta saber se Bolsonaro terá mesmo força para fazer tudo isso e muito mais.
Perspectivas para o novo Brasil
Grandes reformas precisam ser feitas para definir um plano de recuperação de toda a sociedade brasileira. Bolsonaro sabe disso. Essa mentalidade e consciência foi demonstrada ao escolher nomes extremamente fortes para composição de seu governo.
Com a escolha de uma equipe forte nos pilares relevantes para a gestão pública, o presidente a partir de hoje sinaliza positivamente para a sociedade brasileira carente de positividade.
A política externa também terá grande valor ao Bolsonaro presidente. Certamente, depois de muito alinhamento com governos de caráter esquerda nos últimos anos, agora o direita liberal Bolsonaro será um aliado das nações democráticas e republicanas.
Exemplo disso e a aproximação do novo governo com Israel. Assim, o Brasil abre novas perspectivas externas com a ampliação de relacionamentos mais coerentes e alinhados com os valores implementados a partir de hoje na sociedade brasileira.
Certamente, estas escolhas foram essenciais para a renovação de motivações capazes de gerar boas oportunidades de crescimento no cenário macroeconômico. Escolhas como Sergio Moro, Paulo Guedes, entre outros nomes técnicos relevantes, são pontos cruciais para uma largada incrível.
Estas escolhas também corroboram as expectativas que seu grupo político espera. Afinal de contas, foram com promessas neste aspecto que elegeram os novos protagonistas da política brasileira.
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