Política da conspiração é a nova onda do imperador. Se não bastasse toda a histeria coletiva disseminada como vírus (mais letal que o Coronavírus), seja pela chaga chinesa ou a política externa dos Estados Unidos, (há também a disputa comercial entre Rússia e Arábia Saudita), Bolsonaro ainda se comporta como homem-bomba e arrasa na lacração.
Bolsonaro lacrador
Mais uma lacrada do presidente do Brasil. Bolsonaro afirma em entrevista coletiva que tem provas sobre fraude nas eleições 2018. Será?
Tanto tem credibilidade o mito que a imprensa brasileira e o legislativo como um todo tratou a questão com desdém e preguiça. Apesar da gravidade da afirmação, os políticos em geral tratam a leviana e irresponsável declaração do presidente como mais uma teoria da conspiração, ou melhor, política da conspiração.
Com um grau de infantilidade elevado, Jair Bolsonaro afirma que as provas de fraude sobre o pleito do primeiro turno nas eleições 2018 atestam resultado diferente do que aconteceu, pois ele deveria ter sido eleito vencedor direto.
Política da validação
Essa política da conspiração vem de encontro ao desejo tresloucado de ser reeleito em 2022, porque se plantar uma informação desta natureza, abre chance para contestações mais acalorados no futuro.
Certamente, a política da conspiração está também calcada na política da validação.
Tal como ele testou os efeitos da expressão AI-5, Bolsonaro repete as validações em caráter irresponsável, uma vez que acusa diretamente o sistema eleitoral brasileiro presidido por Rosa Weber.
STF em silêncio
Enquanto Bolsonaro briga com jornalistas por conta destas afirmações absurdas, Rosa Weber assume a postura institucional de defesa do sistema eleitoral brasileiro de uma forma solitária.
Seria isso mais um efeito da sociedade machista? Será que Rosa Weber, em algum momento, deverá também levantar a bandeira do feminismo para defender sua idoneidade institucional?
Pode ser brincadeira de mal gosto, mas há já questionamentos nas redes sociais sob esta ótica.
Porém, o que mais chama atenção nesse processo caótico político entre as instituições é o silêncio de Dias Toffoli ante as acusações do presidente.
Política da conspiração
O que é isso? Trata-se de um pensamento promovido como regra para alinhar pensamentos, intenções, atividades e ações relativas a realidade. Consiste em dar voz a neuroses de perseguição para definir posturas e posicionamentos políticos.
A política da conspiração é a arte de exercitar a virtude da política sob o escrutínio da perseguição neurótica para distorcer a realidade.
A necessidade de um fetiche pode fazer com que a política da conspiração ganhe espaço entre os gestores públicos sem estrutura emocional ou amadurecimento.
A política da conspiração pode funcionar como um vírus contagioso que atinge mentes frágeis e deterioradas, seja pelas influências externas ou pela desestruturação do inconsciente (Freud explica).
A origem da política da conspiração
A política da conspiração pode ser antiga, pois desde a loucura de Nero, capaz de colocar fogo numa cidade inteira, já se tem notícias desta política perigosa.
Julio Cesar também experimentou as consequências desta política por conta da facada nas costas.
Mas, nos tempos atuais, Donald Trump deu vazão a essa política absurda trazendo o ego como centro das atividades e criando teorias conspiratórias para, absolutamente, tudo.
Bolsonaro, o primeiro YouTuber presidente de uma nação na história do mundo, sempre demonstrou amor eterno pelo empresário americano e quis empregar essa tendência aqui. O duro é compreender que o estado cidadão nada tem a ver com isso.
A política da conspiração tem método
De acordo com o jornalista e editor Carlos Andreazza, jornalista parte do plantel da Band News FM, essa política da conspiração tem método sim.
Essas loucuras políticas são na verdade cortinas de fumaça para esconder as limitações diversas do governo Bolsonaro em relação às demandas reais e brasileiras.
O enfrentamento com a imprensa, a falta de articulação política, a defesa de ideias e ideologias polarizadas são mais importantes que o legado institucional a ser construído por Jair Bolsonaro.