As eleições 2018 parecem mornas no debate televisionado, mas o show de horrores promovido pelo papo de louco do Cabo Daciolo é uma diversão à parte. Sem o menor constrangimento, o candidato do PATRIOTAS desfere uma feroz verborragia sem compromisso com a lógica, coerência ou compreensão da mensagem.
Tal como Ciro Gomes disse no debate produzido pela BANDTV:
A democracia é maravilhosa, mas tem seu preço
Ciro Gomes
Mais do que um meme ambulante, o candidato Cabo Daciolo é motivo de preocupação. Afinal de contas, será isso que temos como capital político capaz de usar a vitrine das eleições para brincar de presidente?
Não há caminho lógico para a construção de um projeto a ser sustentado pelas argumentações. Se Jesus estivesse entre nós, com certeza ele mandaria o cabo se calar pela falta do que dizer.
O discurso que evoca Cristo nesta campanha eleitoral
Outro ponto a ser destacado nas eleições 2018 é a capacidade dos candidatos evocarem a figura de Jesus Cristo como o padrinho político de suas ações e sonhos. Porém, Cabo Daciolo parece elevar este grau às últimas consequências. O ponto fulcral deste apontamento é compreender que isso se torna até um vício de linguagem sem a compreensão depreciativa, por parte do autor da mensagem, que pode apontar a incapacidade do candidato em se expressar.
O cabo ainda parece promover o circo sobre suas ações. Antes do debate da REDE TV, ele divulgou que jejuou no Monte das Oliveiras, zona oeste do Rio de Janeiro, como se isso fosse relevante para uma preparação ao embate no debate político. Essa falta de noção sobre suas ações demonstra com a loucura não está presente somente no papo.
Ele força um comportamento religioso pouco próximo da realidade dos próprios fieis mais fervorosos pela fé. Trata o pleito como uma jornada santa sem a profundidade teológica que fundamentaria suas escolhas. Para ele, a fé é um instrumento de aproximação com o cristão que não pensa, só obedece. Essa fórmula desrespeita o próprio cristão que já não se cola neste tipo de posicionamento, mesmo os mais ignorantes.
Daciolo se prevalece da zona política que o Rio de Janeiro está. Ele conseguiu se eleger deputado dentro de um espectro favorável. Diante da confusão que aconteceu em 2014, o cidadão extremamente confuso com o auge dos escândalos que envolveu Sergio Cabral, Dalciolo emanou das entranhas da corporação dos bombeiros e colou na bandeira do PSOL clamando contra o sistema.
Daciolo conseguiu ser expulso do PSOL ao tentar mudar a primeira frase da constituição brasileira. Completamente desprovido de senso e coerência, ele tentou tirar uma introdução da Constituição para profetizar Deus sobre a carta magna. Foi expulso do partido.
Daciolo prega como um pastor instigando a histeria coletiva em todos os momentos. Ele é seguido por pessoas que buscam o pertencimento e clamam a histeria coletiva, tal como um culto evangélico que prega a catarse.
A verborragia da teoria da conspiração
Daciolo prega teorias de conspiração que vemos em blogs da internet que focam em conteúdos de entretenimentos. Ele prega aquilo que entendemos como curiosidade verdades insólitas. Daciolo consegue colocar num mesmo balaio a lenda do pé grande com o mistério do chupa cabras. E tudo isso parte de um plano conspiratório em prol de dominação mundial proferida por uma entidade que antagoniza o tal Deus vivo.
Depois de acusar Ciro Gomes de fazer parte do Plano lendário da Ursal, desmenitido pela autora do termo, ele no último debate da REDE TV falou sobre o plano da Ordem Mundial em dominar o mundo.
Obviamente, de forma rápida, Cabo Daciolo conseguiu engatar mais um meme. E diferente do que dizem os marketeiros digitais, os memes criados pela verborragia de Daciolo são negativos.
Daciolo pouco entende do que fala. Ele está acostumado a falar as bobagens para pessoas de pouco entendimento ou cultura. Repete bobagens a esmo e acha que diante uma plateia mais esclarecida, ele terá os mesmos resultados que tem diante seus enlouquecidos fieis.
Depois de encerrado o debate, houve um breve momento de perguntas sobre as impressões da experiência do debate. O jornalista perguntou de forma clara qual seria a proposta majoritária sobre o plano de governo que Daciolo teria para o Brasil. O papo de louco que veio logo a seguir fez o jornalista desistir de qualquer outra interferência sobre aquilo que ele falava.