O falso lucro de Minas Gerais com as barragens das mineradoras, hoje, bate na porta do Brasil com a mesma fúria do Senhor Barriga. Quase 2 bilhões será a conta para desativar a barragem em Caldas, uma das mais perigosas, atualmente, capaz de repetir a tragédia Brumadinho.
O que Chaves tem em comum com as mineradoras?
Quando seu Madruga via o cobrador do aluguel, corria desenfreado para não ter que dar desculpas. No entanto, em muitos episódios do seriado Chaves, o caloteiro era surpreendido com as peripécias do dono do imóvel para ouvir suas cobranças em carteira.
Acontece a mesma coisa com o Estado das Minas Gerais. No entanto, seu Barriga está em comparação com a mãe Natureza ou o senhor Destino. As consequências das irresponsabilidades ambientais estão batendo na porta dos mineiros.
Alerta de barragens tira o sono dos mineiros
As constantes sirenes tocando na madrugada se tornaram sons comuns para os mineiros. Agora, o excesso de zelo faz os moradores do interior mineiro sentirem tanta insegurança quanto os líderes responsáveis nas mineradoras.
A barragem de rejeitos de minério radioativo da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) em Caldas (MG) não é utilizada desde meados dos anos 1990 e não tem atestado de estabilidade válido. A despeito do potencial dano em caso de vazamento ou rompimento da estrutura, uma solução rápida para dar fim à barragem é algo considerado inviável. O processo de desativação deve consumir US$ 500 milhões em investimentos (ou cerca R$ 1,9 bilhão) e levar 40 anos de trabalho
Fonte: https://noticias.uol.com.br
Conforme a reportagem, assinada por Aiuri Rebello, serão mais de quarenta anos para resolver o problema. Se esse investimento fosse avaliado por um investidor anjo, cujos critérios técnicos são relativos a lucratividade ao longo de uma curva temporal, como seria isso?
Com certeza, tal avaliação seria de prejuízo e sem condições de investimentos.
Por que então o Brasil insiste em investir em negócios e dinheiro público relativo a obras com esse grau de risco? Porque se trata de investimentos irresponsáveis realizados com dinheiro que não tem dono. Apesar do dinheiro de impostos ser pago com o nosso suor cidadão, os gestores não enxergam esse montante como enxergam o interior de suas carteiras.
Pior que isso em muitos casos, enxergam como parte de seu orçamento doméstico o dinheiro que não tem dono.
Seria importante evitar a tragédia Brumadinho diversas vezes ou colocar esse dinheiro sem dono em uma carteira com dono? Esse raciocínio, apesar de ser medíocre, foi o raciocínio que imperou nos líderes políticos estes anos todos em Minas Gerais.
Certamente, replicando esse dinheiro em todas as outras barragens comprometidas com a ação do tempo, terá dinheiro sem dono para também assumirem posturas como essa? Viveremos para ver novas tragédias em barragens?
O conceito sobre a tragédia Brumadinho não está se ela se repetirá, mas quando ela se repetirá, porque temos certeza de uma coisa: mais mortos serão contados após a lama for retirada das outras cidades, tais como Brumadinho.