Delação de Palocci é mesmo reação à decisão do STF contra a Lava Jato? É isso que está sendo propagado nos antipáticos à Força Tarefa de Curitiba. Para os crentes nas teorias das conspirações, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma fechou delação em resposta à decisão da segunda turma do STF sobre o remanejamento de partes das delações relativas ao processo sobre o sítio de Atibaia.
fonte: O Globo
Aquilo que alguns comemoram, ou seja, criar uma solução completamente distorcida sobre as diretrizes que deveriam ter sido tomadas no início da ação, agora parece coerente, segundo os moços de toga. Será que não ocorreu esse questionamento dentro do STF sobre a vara responsável pelas delações da Odebretch? Eu escuto esse questionamento há pelo menos 4 anos.
O próprio Teori Zavaski, quando vivo e responsável pelo processo da Lava Jato, teve a solução, pois tornou todo o processo, naturalmente, vinculado às práticas de corrupção focadas na Lava Jato. Neste sentido, a grande movimentação da Odebretch e de outras construtoras identificadas no cartel de corrupção em relação à Petrobras era focada na 13° Vara de Curitiba.
Portanto, todo este embrolho jurídico provocado exclusivamente pelas decisões do STF são por dificuldade de da inabilidade de convergência das diferentes formas de se julgar. Isso sem levar em consideração qualquer cenário político que fundamente as decisões judiciais. Aliás, isso deveria ser condição fundamental para nem ter desconfianças desta natureza.
Mérito para o sistema brasileiro que não sofreu tanto com a morte de Teori, infelizmente, pela importância que teve no processo inicial da Força Tarefa há 4 anos. Teori mostrou que tinha muita harmonia com as teses jurídicas empregadas por Moro.
O italiano confesso
fonte: MaisVip
Palocci, também conhecido pelo codinome de Italiano nas planilhas da Odebretch, sempre foi um dos líderes daquele movimento majoritário que arrombou os cofres do país para falcatruas e desmedidas institucionais, privadas e particulares. A delação dele, portanto, é uma das mais aguardadas para o desenrolar de novas articulações corruptas.
A dificuldade, porém, deve-se pela resistência que o MPF teve em fechar este acordo, no entanto, revitalizado e revisitado pela Polícia Federal. Resta saber o que foi acordado e o que virá deste novo capítulo da Lava Jato. Já se sabe que Lula tem grade temor pelo que virá sobre as revelações do ex-companheiro. Inclusive, Palocci foi excomungado da igreja petista e hoje não tem mais a alcunha vermelha de uma ideologia quase superficial.
Palocci pode envolver novos agentes da corrupção generalizada que ainda está arraigada no DNA político. No entanto, o meio econômico pode ser atingido e bandeiras de bancos podem ser citados. Mas não se preocupe. O banco que for citado, pode ter certeza, que irá crucificar o agente. Se aquele furico mimimi sobre a mostra cultural no Santander já fez efeito, imagine o Palocci.
A delação de Palocci está sendo negociada bem antes dos movimentos atuais. Quando alguns grupos evocam essa delação como resposta à decisão do STF, estão subjugando as inteligências, trata-se de desonestidade intelectual, ou também conhecida como malícia.
O direito de fazer delação pela Polícia Federal ou MPF
fonte: Jornal Hoje em Dia
Essa discussão também é controversa e está em discussão no STF. A grande força desta delação pode não existir. Isso porque o MPF não concordou com os termos que Palocci estaria propondo como moeda de troca. No entanto, a PF quer fechar este acordo por algum motivo que ainda é nebuloso. Provavelmente, a polícia queira terminar essa novela e dar mais fôlego para outras frentes, aquilo que o MPF não entende ser sustentável dentro do escopo holístico.
Há de se lembrar que as delações desastrosas até agora vieram em sua grande maioria do MPF, tanto que o caso da Operação Carne Fraca está aí ainda em evidência com a novela dos irmãos Batista. Agora devemos aguardar para entender aquilo que estaria em jogo neste jogo de poder.